terça-feira, 12 de outubro de 2010

Do não suportar

Eu não suporto mais essas palavras. Não suporto mais essas vozes ecoando nos meus ouvidos. Esses gritos abafados são de que? De revolta? A mim, mais parecem vaidade. Num mundo superficial se você se atreve a uma idéia profunda você é um chato querendo pagar de intelectual. Mas pasmem, não sou intelectual. Uma pessoa chata, sim.

Pois bem, minha inspiração se foi. Inspiração que um dia, talvez, eu tenha tido. Minha esperança se foi com ela. Sim, estou ficando sentimental. De novo. E de novo. É que acho tudo isso desnecessário. Tão sem sentido, que escrevo. E se escrevo é porque de alguma forma, penso. Se eu penso, logo existo? Ah! quem dera fosse tão simples. Quem dera o ato fosse peculiar. (eu disse peculiar?)

Pensar é aprofundar. Ora, se meu ato de pensar é profundo então porque pensar todas essas coisas me parece tão ruim? Preciso relaxar. Um porre talvez seja a solução. E novamente reclamar do mundo cão. E de tudo que não suporto.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Little by little

Por que as pessoas querem tão pouco?
Se você pode ser tudo o que quiser. Se pode dar o seu máximo. E se assim o faz. Não terás o direito de pedir em troca o mesmo? Então eu novamente pergunto, o que leva alguns (talvez a maioria) a se contentar com o mínimo, o suficiente. Me arrisco a um palpite, baseado na minha humilde observação: comodismo.
Ninguém está realmente disposto a buscar o melhor pra si. Fora esses discursos manjados de revolta e essa busca absurda em se mostrar diferente, em suma, numa coisa parecem todos idiotamente na mesma acomodação. Sonhar com um mundo mais justo, uma vida amorosa onde todos são legais e ninguém é sacana. Ser respeitado por seus pais, nas suas escolhas. Isso é a perfeição que todos querem. Mas daí a tornar real é que consiste no grande problema.
Você pode se curvar diante às adversidades. Se render às frustrações, que serão muitas, sem dúvidas. Pode ser só mais um. Ou pode fazer a diferença. Mas isso não é definido pelo seu discurso, seu rostinho bonito. Isso depende da sua atitude. Se é pra fazer a diferença, não se limite a aceitar só o que convém. O que lhe é empurrado goela a baixo.
É preciso querer mais, exigir mais, e não se satisfazer com o mínimo exigido.
Não se trata de política (ou não, apenas de política) é questão de vida, de orgulho (ou amor-próprio), auto-estima.
E isso me inclui. Quem disse que não tenho minhas acomodações e meus dicursos perfeitos, sem grandes atitudes transformadoras? Mas eu tento mudar. Dia após o outro. Busco fazer algo possível e diferencial na vida de alguém. E tenho sido uma pessoa extremamente mais exigente comigo e com os outros. Acho que esse é o começo.
Ou vamos continuar morgando nessa vidinha mais ou menos?

Primavera se foi...

Já se foram 10 primaveras,
como na música, que nunca soube que era tua.
10 anos desde que te escolhi pra ser meu amor impossível,
destes bobos e tolos amores de juventude,
que felizmente, passam.
E portanto, não foram anos de amor reprimido,
nesse intervalo, tive outras paixões,
vivi até um possível amor,
mas você...
ainda será o sol da primavera dos meus dias.
sua alegria que hoje compartilho com isenção,
antes fora renuncia,
hoje é liberdade.
Me vejo livre daquela angústia de criança..
e respiro o alívio puro da maturidade.
Mas a música...
há de ficar marcada até o fim dos nossos dias.

domingo, 19 de setembro de 2010

Tarde de Ressaca

Acordei de sobresalto com o barulho do telefone. Não era seu número. Do outro lado não ouvi sua voz. O que me dizia a pessoa, quase não lembro. Me convidava a alguma nova festa, provavelmente. E eu mal conseguia me levantar. Pouco se passou e chegou uma mensagem. Todo meu corpo enfermo e as palavras beiravam a mediocridade. Nova festa. Queriam tanto minha presença que me senti importante durante uns segundos. Todavia, lembrei quem eu era. Pensei nas frases ditas nos momentos de raiva. É. Eu sou cruel quando quero. Sei ser assim. Mas os outros.. bom eles vivem imaginando que me conhecem. Você sabe.
Levantei com pressa. O banho quase de descarrego, me esperava. Eu precisava. Concluí que minha memória falhara na noite passada. Ouvi esporros. E depois, tive carinho. Me senti um animalzinho de estimação. Desses de madame. Bem tratado. Alimentado o suficiente. No fim, um animal como outro. Que dão comida pra domesticar.
Eu que sempre me mostrei tão rebelde, acabei virando molde de alguma coisa inacabada. Ressaca moral, anormal. Os machucados perfuraram não só a pele. Mas também minha cabeça, meu ego ferido. Não quero mais porres. Prefiro a mente sã. Prefiro saber das coisas. Prefiro ser quem comanda. Quem se revolta, sempre tendo razão.

Oasis, Coldplay.. madrugada.

Se você consegue ouvir Oasis ou Coldplay na madrugada e se sentir bem, sou sua fã. Eu não consigo. Acho lindas as músicas, é verdade. Mas me bate aquela fossa bendita que pertuba.
Era só o que queria dizer. Melhor.. escrever. Qualquer dia, digo, pessoalmente. Pra quem merecer ouvir. Talvez numa próxima vida eu diga ao pé do ouvido. Soletre a letra de uma música bem bonita. Ou cante em voz sussurrada, com toda sonoridade cabível, as notas de um louco sentimento ardente.
Até lá, só ouvir essas "músicas de fossa" vão destruir qualquer resquício de sanidade que eu ainda tentar manter.

o que é a vida

É.
Não vamos falar de amor.
Mas só por hoje.
Me recuso.
Passo mal.
Álcool demais provoca isso.
Amor demais também.
Errei.
Quis dizer,
Qualquer exagero dá merda.
Errado, de novo.
Exagero gera consequência.
Eu assumo as minhas. Você?
Pois é.
Parece que tudo se resume a emoções.
Sem isso, a vida seria o que?
Um carro desgovernado.
Parado, sem vida.
A vida é um trem louco, em movimento.
Vida é movimento.
O que não tira seu chão e faz estremecer.
Aí, meu irmão.
Não é vida, é fingimento.

Desprender-se e praticar o bem!

Tanto tempo sem escrever. Nada de idéias, motivações para tanto. O máximo com palavras que tenho me arriscado são matérias pro jornal local. Tô investindo na profissão que no momento, parece mais sensato a ser feito.

Hoje, tenho motivos pra crer em coisas boas pra mim. Talvez eu encontre uma ótima razão pra sorrir e tenho sorrido, me divertido a valer.
Tenho tomado porres e mais porres, parece que minha vida é assim. Curtição e só. Sem culpas, arrependimentos. Sem lágrimas.
Uma vez eu sofri uma grande perda na minha vida e tudo que eu consegui demonstrar, ficou guardado em algum lugar dentro. E nenhum ser desse ou de qualquer outro mundo vai saber o que eu senti. Me vejo novamente nesse abismo. E acredite, não estou mal.
Lidar com velhas sensações é de praxe. Me saio bem, sou mais forte que a maioria. E vou ficar bem. Porque decidi assim. Só praticando o desprendimento. O não precisar. Não depender. Quero nada da vida ou de alguém. Não se trata de revolta. É apenas libertaçao.
Tenho achado as pessoas cada dia mais interessantes. Olho com atenção. Ouço-as com atenção. Sorrio, se possível, com sinceridade. E tento de alguma forma, trazer algo de bom na vida delas. Se isso não é praticar o bem, não sei então o que é.